Neste guia completo, reunimos as melhores dicas, cuidados práticos e orientações para que você possa explorar a América do Sul com autonomia, conforto e tranquilidade.

Entenda os desafios e oportunidades de viajar sozinha na América do Sul

Embora a América do Sul seja repleta de destinos fascinantes, ela também carrega desigualdades sociais, variações culturais e questões de infraestrutura que merecem atenção. Para uma mulher viajando sozinha, é fundamental entender esses contextos e se preparar com responsabilidade.

Vantagens de viajar pela América do Sul como mulher solo:

• Custos geralmente mais baixos do que em destinos na Europa ou América do Norte;
• Populações acolhedoras, especialmente em cidades menores;
• Facilidade com o idioma (espanhol e português);
• Diversidade de paisagens: de desertos e montanhas a praias e florestas tropicais.

Desafios comuns:

• Barreiras de segurança em áreas urbanas ou isoladas;
• Machismo enraizado em algumas regiões;
• Limitações de acesso a serviços de saúde em locais remotos;
• Questões de transporte e conectividade entre cidades.

Destinos mais recomendados para mulheres viajando sozinhas

Nem todos os países da América do Sul oferecem o mesmo nível de segurança ou estrutura turística. Aqui estão alguns dos mais indicados para iniciantes no turismo solo feminino:

Chile – Organizado, com boas estradas, paisagens incríveis como o Deserto do Atacama e uma boa rede de hostels.

Uruguai – Um dos países mais seguros da América Latina. Ideal para quem busca tranquilidade, praias e cidades históricas.

Colômbia – Vibrante e acolhedora, tem se destacado no turismo feminino nos últimos anos. Cidades como Medellín e Cartagena são ótimas opções.

Peru – Riqueza cultural e natural, além de bem estruturado para receber turistas solo (Machu Picchu, Lima e Cusco são imperdíveis).

Argentina – Especialmente Buenos Aires, Bariloche e Mendoza são seguras e oferecem boas acomodações para mulheres viajando sozinhas.

Segurança em primeiro lugar: práticas indispensáveis

• Escolha bem onde se hospedar: opte por hostels ou pousadas com boas avaliações de outras mulheres.
• Evite deslocamentos à noite, especialmente em cidades maiores ou áreas rurais.
• Prefira apps de transporte (como Uber ou Cabify) a táxis de rua.
• Use roupas discretas em regiões mais conservadoras, especialmente no interior.
• Não compartilhe sua localização em tempo real nas redes sociais.
• Tenha um chip local ou eSIM com internet o tempo todo.
• Informe-se sobre golpes comuns em cada país (como o truque da “roupa suja” na Colômbia ou notas falsas em fronteiras).

Como lidar com assédio e machismo

Infelizmente, o assédio de rua é uma realidade em muitas regiões da América do Sul. Mas você pode lidar com isso de forma preventiva:

• Ignore comentários e não reaja a provocações.
• Evite contato visual prolongado com homens desconhecidos.
• Use acessórios simples e não ostente joias ou eletrônicos.
• Em situações de risco, entre em qualquer loja ou restaurante e peça ajuda discretamente.

Itinerário básico de 30 dias para conhecer o essencial do continente

Se você tem cerca de um mês para viajar, aqui vai uma sugestão de rota:

• Dias 1 a 5 – Santiago e Valparaíso (Chile): Comece por uma capital moderna e siga para o litoral colorido e alternativo.
• Dias 6 a 10 – San Pedro de Atacama (Chile): Paisagens surreais e segurança acima da média.
• Dias 11 a 15 – Salar de Uyuni e La Paz (Bolívia): Experiência única, mas exige atenção à altitude e à infraestrutura.
• Dias 16 a 21 – Cusco e Machu Picchu (Peru): Mistura perfeita de cultura, espiritualidade e aventura.
• Dias 22 a 26 – Lima e Paracas (Peru): Gastronomia premiada e passeios de barco.
• Dias 27 a 30 – Buenos Aires (Argentina): Para fechar com arte, história e charme.

Checklist essencial para a sua mala de sobrevivência

• Mochila leve e resistente
• Cadeado TSA
• Power bank
• Documentos digitalizados no celular e na nuvem
• Protetor solar, repelente e lenços umedecidos
• Roupa versátil para diferentes climas
• Kit de primeiros socorros
• Cartões de débito internacionais e dinheiro trocado
• Apito de emergência ou spray de pimenta (onde permitido)

Aplicativos úteis para mulheres viajantes na América do Sul

• Maps.me – Mapas offline com rotas atualizadas
• Rome2Rio – Para entender conexões de transporte entre cidades
• Hostelworld – Para reservar acomodações com comentários de outras mulheres
• SafetyWing – Seguro viagem com cobertura para longas viagens
• Google Tradutor – Essencial para comunicação básica em países hispanohablantes

Dicas práticas de comunicação

Mesmo que o espanhol pareça próximo do português, pratique frases básicas antes da viagem. Muitos locais fora das capitais não falam inglês, então saber se apresentar e pedir ajuda em espanhol pode salvar o dia.

Planejamento financeiro

Viajar pela América do Sul pode ser econômico, mas é preciso se planejar:

• Estime um gasto diário médio de R$ 150 a R$ 250, dependendo do país.
• Leve uma parte em dinheiro (preferencialmente dólar) para trocar localmente.
• Use bancos digitais internacionais como Wise ou Nomad para evitar taxas.
• Tenha sempre uma reserva de emergência.

Inspiração de mulheres que já viajaram sozinhas pela América do Sul

Se inspire em perfis de viajantes femininas brasileiras no Instagram, YouTube e TikTok. Muitas compartilham rotas, alertas e vivências reais, o que pode fazer toda a diferença no seu planejamento.

Viajar sozinha pela América do Sul é um convite à coragem, à curiosidade e ao autoconhecimento. Com informação, planejamento e responsabilidade, é possível viver experiências inesquecíveis e voltar para casa mais forte do que nunca.

Lembre-se: esta viagem é sua. Respeite seu ritmo, seus limites e, principalmente, celebre cada conquista. O continente está pronto para te receber – e você está pronta para explorá-lo.